O engenheiro civil Samir Frazzon Samara, que fez um laudo acústico na Kiss, presta depoimento à Justiça Estadual na manhã desta sexta-feira. Ele é testemunha de acusação indicada pelo Ministério Público no processo criminal sobre a boate.
Segundo o engenheiro, o primeiro contato profissional dele com a boate foi entre 2009 e 2010. O proprietário da boate na época, Tiago Mutti, colega de Samir na faculdade, pediu para o engenheiro realizar uma obra no teto, no lado direito de quem entra. A instalação de um forro de gesso tinha finalidade apenas decorativa, segundo Samir.
O engenheiro afirmou que, em 2011, ele participou de uma reunião com o promotor Ricardo Lozza, acompanhado do proprietário da boate, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, e seu advogado. No encontro, foi pedido que o estabelecimento realizasse obras para reforçar o isolamento acústico, pois o Ministério Público havia recebido muitas reclamações do barulho pelos vizinhos.
Já em setembro de 2011, Samir foi contratado por Kiko para realizar um laudo acústico da boate. O documento era necessário para que o estabelecimento conseguisse o alvará de funcionamento junto à prefeitura de Santa Maria. O resultado do estudo apontou que a boate tinha isolamento acústico para até 90 decibéis.
_ Todo projeto foi feito em decorrência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) _ afirmou o engenheiro.
Em meados de 2012, Samir afirmou que executou a obra de isolamento no forro da casa noturna, assinada por outro engenheiro. Segundo ele, foram instaladas duas camadas de gesso acartonado com lã de vidro entre elas. O material foi colocado em toda extensão do teto na parte esquerda da boate.
Samir negou ter vendido espuma para ser instalada no teto da Kiss.
_ Se eles compraram espuma, eles que me apresentem a nota _ disse o engenheiro sobre a afirmação de Diogo Roberto Callegaro, primo de Kiko e que teria executado obras na boate, que prestou depoimento no último dia 22.
O engenheiro ainda afirmou que comercializa uma espuma para isolamento acústico que custa R$ 96 o metro quadrado e que os proprietários da boate não teriam comprado este material.